quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Material Escolar

Imagino a quantidade de material escolar produzida e distribuída em todo o território brasileiro em 2010. Não disponho aqui e agora de nenhuns dados estatísticos, mas é certo que foram vários milhões de estudantes, o que significa um volume impressionante de material lamentavelmente inútil, que jamais chegou a ser usado para o fim a que inicialmente se destinava.
Pessoalmente inclusive, observei um bom número de livros escolares que em dezembro ainda pareciam praticamente intactos na casa da maioria dos estudantes que conheço. Nem eles mostravam qualquer sinal de ter sido realmente usados, nem seus respectivos donos apresentavam o menor sinal de neles ter aprendido fosse lá o que fosse. Eram estudantes ‘normais’, em cuja rotina não existe a mínima chance de se incluir algum tempo dedicado a realmente estudar. No máximo, alguma consulta é feita imediatamente antes das avaliações periódicas, quando o material pode conter algo a ser colhido ali muito a contragosto, por necessidade ou desespero.
Quantos livros didáticos foram completamente relegados ao esquecimento durante o período letivo? Não sei quem, se alguém, tem os números, mas é certo que foram lamentavelmente muitos. Eu diria que a maior parte deles. E o resultado é alarmante. Esta generalizada negligência coletiva facilmente se vê refletida no obviamente pouco que de fato aprenderam os estudantes, em todos os níveis. A pobreza, a insuficiência dos conhecimentos acumulados por eles salta aos olhos.
Quem haveria de estranhar o fato de médicos, dentistas, padeiros, pedreiros, enfim todos os trabalhadores em atividade realmente usarem seus respectivos materiais e instrumentos de trabalho de maneira intensiva e em base diária? Ninguém, pois isto é absolutamente normal. Isto é bem o que de todos eles se espera. Nem se compreende que assim não seja.
Agora, por que cargas d’água então estudante que realmente estuda virou coisa tão rara?
Um doce pra quem souber.

domingo, 31 de outubro de 2010

Novidades Genéricas

Para qualquer tipo se serviço que utilizo, a competência e as qualificações d@ profissional que me atenderá são só o que me importa. Nessa hora, mal percebo se há ou não diferença entre os sexos. Só quero que o profissional seja bom, ou boa (no sentido estritamente profissional).
Na verdade nunca simpatizei muito foi com a ideia de mulher mandando, não no governo do meu país ou ocupando cargos de chefia em qualquer organização, mas mandando direta e pessoalmente mim. Aí não há entendimento.
Mas nossa sucessão presidencial teve por primeira vez duas mulheres na disputa, uma delas vencendo no segundo turno.
Quanto a mandar no governo do meu país, aí a história já pode ser bem outra. Nunca achei que saias (ou calças, por falar nisso) constituíssem, em si, qualquer garantia em nenhum governo. O que conta para bem governar, a meu ver, teria muito pouco que ver com diferenças pessoais puramente biológicas, tirante o fato de a presença de mulheres nos altos escalões ser raridade, ainda.
No topo do executivo brasileiro, a presença feminina é uma novidade sem precedentes históricos, que só posso receber com minhas mais calorosas boas vindas.
E que faça um bom governo. O fato de agora ser uma mulher continua me parecendo praticamente irrelevante, em vista do que a cosa toda é, em que pese o talvez injustificável ineditismo.
Seja então bem vinda, presidente (ou presidenta) Dilma.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Outra de Roda

Fiquei cada vez mais pobre
de marré, como desci!
Seu Colombo, me descobre
Nesse canto aqui!

Claro que bem-vindo é, vindo
sem demora, sem tardar
e pra me deixar sorrindo
toma lá, dá cá

Quem não chora, não pranteia
não tem como entender, não
sendo de barriga cheia
quede coração?

Nasci pobre, pobre, pobre
de marre, maré nasci
parte rude, parte nobre
dá nisso daqui!

Sustenido noutras rodas
tive algum lugar ao sol
circulei, de ver as modas
terminei bemol

Só por conta do que vim
aprendendo sem parar
pude o bom, pude o ruim
experimentar

Na escalada social
Alpinismo até tentei
Mas o salto era mortal
então despenquei

Meu ofício é de escrever
Só conheço quem não lê
Não sei nada mais fazer
Vou viver de que?