Isso que faço, esse verso
Espero ser compreendido
Como bastante modesto
Em todo e qualquer sentido
Em vez de Himalaia, duna;
De boa tinta, má cal.
Nada de fazer fortuna
Quer crítica, quer real
Quero apenas, a contento
Um pouquinho divertir
Não nutro qualquer intento
De um monumento erigir
Nem sei se essa minha obra
Vai ter número de tombo
Monumentos, tem de sobra
Cheios de caca de pombo
E você, leitor, nem queira
Fazer qualquer grande achado
Qualquer eira, qualquer beira
Nos versos de pé quebrado
Desiludo já de cara
Quem procura universal
Aqui. E o tempo não pára
Nunca, por bem nem por mal
Agora, diga pra mim
Quem foi que mandou me ler
Ciente que sou assim
E tendo mais que fazer?
Não diga! Estou lhe agradando?
Então não é sem querer
Pois quero, mas por enquanto
Com certeza é sem saber
Posso ter qualquer traquejo
E qualquer habilidade
Mas nada que dê ensejo
A ser, na posteridade
Lembrado por uns escritos
Na certa abaixo da média
Dos que serão incluídos
Em qualquer enciclopédia
E freqüentam lá seus grêmios
Com pretensões a granel,
Os literatos de prêmio
Do mais chué, ao Nobel
Não viso consagração
E nem essa tão vã glória
A vida, essa droga, eu não
Deixarei pra entrar na historia
Fez sentido esta alusão?
Surpresa, e também vitória
Pra mim, a contradição
De o país não ter memória
Memória, mesmo ruim
Até que ele tem. Mistério
É como um gigante assim
Consegue até não ser sério
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)