Deu-me agora na veneta vir aqui ao Bonde com esse título, a que deliberadamente dei lá um quezinho de gaiato.
Não sou nem nunca fui humorista, mas vez por outra me dá esse comichão de tentar fazer certas gracinhas, pra lá de ciente de que não sou nem um tiquinho engraçado. Sei disso desde quando, ainda em idade pediátrica, eu recontava as piadas que tinha ouvido, principalmente quando mais tarde as reouvia, só que... bem contadas. Minhas versões assim contrastadas normalmente ficavam devendo a própria essência do humor: graça. Naquela época, acho altamente improvável que para alguém eu pudesse soar sério, solene, impostado, pedante, como em fase adulta devo ter soado muita vez, ainda que sempre involuntariamente, fazer o quê, né?
Mas então, tudo o que aqui seguir será decorrência do título, recorrência a ele, digressão de minha parte com promessa de retomada do fio condutor ou o que mais bem queira ir saindo, como que automaticamente, no correr da pena.
Aliás, já sem pena nenhuma há muito. Quase não vejo mais, atualmente, minha própria caligrafia, creio que agora mais garranchosa ainda, em grande parte por conta da falta de exercício.
Digitar já é bem outra história. Tenho prática à beça nessa coisa, que venho exercitando bastante e há décadas, muito embora ainda seja tão mau digitador quanto o era no tempo em que a isto ainda se dava o agora insólito nome de datilógrafo, com minhas Remingtons e Olivettis de então. Não faço a mínima ideia da razão de eu ainda não ter um desempenho satisfatório, de profissional, neste caso, seja no quesito velocidade ou no correção. Sei apenas que falta de exercício é que não é, nem jamais poderia ser. Escrevi foi muito à máquina, por décadas e mais décadas a fio.
Nem imagino falta de quê, então. Mas se fosse tratar aqui de faltas, de carências, de insuficiências, do jeito que a coisa anda difícil em relação a encontrar trabalho ao menos decentemente remunerado, o título que escolhi seria absolutamente descabido.
Retomo-o então, pois. Vim hoje falar de certas breguices de que gosto, muito em especial de certas breguices musicais.
Minha classificação dessas canções como breguices obviamente nada pretende ter de 'oficial', longe disso. Nem sequer é do meu conhecimento a existência de qualquer indicador bregométrico, confiável ou não. Pois que sejam então breguices apenas algumas canções que eu, por inteira conta e risco próprios, considero, como direi, meio breguinhas, mas das quais, ainda assim, eu gosto. Naquela base do 'você artisticamente não vale nada, mas eu gosto e você e tudo o que eu queria era saber por quê".
Claríssimo está que não conto com (na verdade sequer espero) a concordância de algum leitor, no caso de alguém vir a ler o presente post nesse Bonde mais para parado do que seu nome sugere.
Minha ideia, então, não é de modo algum discutir o que é e o que não é brega. Aberto estou a todas as eventuais opiniões que se apresentem aqui, declarando à guisa de prolepse [ou resposta antecipada a objeções previstas, pra quem já esqueceu o que é isso] que as considero todas igualmente válidas, por mais conflitantes que se revelem entre si ou com a minha.
O espaço de comentários estará aberto e poderá ser utilizado para contestar, corrigir, opinar, etc. e tal, como aliás sempre esteve. A diferença é só que hoje optei por, já desde o titulo, ser um pouco mais provocador que meu habitual. Quem sabe não se trate de uma coisa não conscientizada que se deve ao fato de que já não compareço aqui há muito, que agora levanto essa (espero que) amena polêmica opinativa.
Faço isto sem preder de vista que principalmente em público ainda prezo muito minha costumeira neutralidade quanto à maioria dos temas polêmicos que vejo discutidos de foma absurdamente apaixonada internet a fora: política (argh!), religião, sei lá mais quantos desses temas essencialmente indigestos, a julgar pelo que observo nas tão exageradas reações. Pessoas chegam ao ponto de perderem toda a urbanidade e compostura, não raro por dê cá aquela palha, o que é muito lamentável, muito triste.
Retornando então a minhas breguices favoritas, lembrando de todas as devidas ressalvas que já fiz.
A primeira que me ocorre é esta:
http://www.youtube.com/watch?v=1ceVfQg7Z4o
A cantora é Joanna e a canção é Chama. Pois é, eu gosto mesmo dessa letra, e também da música e da interpretação dela. Quem não conhece talvez sequer perceba a breguice. Neste caso sugiro que se dê o trabalho de ouvir mais coisas do repertório desta artista e tirar suas próprias conclusões. Ah, também gosto de Vertigem, com ela.
Segue, pela ordem de chegada a minha lembrança, mais uma que é mui adequadamente das antigas, agora interpretada por Nilton César. Quem quiser conferir repare só nos 'erres' dele. A Namorada que Sonhei. Eivada à alma de legítima breguice em minha nada abalizada opinão bregológica, mas ao mesmo tempo assim bem bonitinha, sincera, de uma singeleza quase infantil, que me agrada o gosto ao ponto da excepcional inexigência. Mandei de presente minha própria interpretação dela ao violão, num solinho tecnicamente danado de ruim e super mal gravado, mas com intenção perfeitamente reconhecível, exatamente num dia dos namorados. E quem recebeu este 'presentinho' ainda me disse que gostou. e eu areditei, mesmo. A gravação que fiz ainda está nesse computador, só que nunca mais sairá dele pra lugar nenhum. Missão cumprida. Conservação por conta de minha leve síndrome de Diógenes. Que minhas breguices não saiam do âmbito doméstico a não ser em palavras, por exemplo em postagens sobre meu gosto musical. Eis a canção:
http://www.youtube.com/watch?v=pv3nodauhu0
Claro que o tema é perfeitamente retomável a qualquer momento, mas por ora já justifiquei meu titulo com essas duas canções e chega de escrever textão. Aos possíveis comentaristas lembro que discordar é seu direito. O mais provável é que eu continue achando breguinhas essas canções, não importa que argumentos se apresentem em contrário. Caso algum me convença, reformulo. E tenho por praticamente que continuarei gostando delas, sejam quais forem os argumentos com intenção dissuasiva.
Convido por fim aos possíveis leitores e comentaristas que também sugiram aqui o que em sua opinião forem boas canções bregas. Estou consciente dos riscos que corro, de fazer desta página uma bregolândia só, quem sabe cheia de canções que não gosto. Mas tudo bem, gosto não se discute mesmo.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
domingo, 17 de abril de 2016
Dia D, Hora H
Participei muito discretamente do atual momento político.
Minha voz não chega a tanta gente quanto acredito que pudesse ser útil a esta causa. Por isso mesmo, nem este blog nem qualquer outro espaço virtual onde me apresento me serviram até o momento como tribuna.
Meus textos são invariavelmente ignorados por muitos. Alongo-me natural e deliberadamente, para melhor me expressar de acordo com alguma ideia, opinião, inspiração que tenha. Isto só já afugenta um bom número de pessoas que de alguma forma me conhecem. E já me proporciona uma espécie de "seleção natural" que para mim, neste caso, chega a ser conveniente. Os que não gostam de ler nem sequer vêm aqui, onde praticamente nada mais que palavras, que textos encontrarão. E ponto.
Já os que leem habitualmente e graças a isso têm referências culturais suficientes, em geral não só leem como apreciam meus escritos, concordando ou não com minhas ideias. Quando aqui se manifestam em comentários são sempre respeitosos, atinados, nada radicais nem superficiais, nem exageradamente nada. Correspondem, assim, perfeitamente ao que lhes ofereço em termos de comportamento: urbanidade, respeito incondicional às pessoas, essas e muitas outras coisas. O retorno que obtenho é, para mim, qualitativamente satisfatório.
Assim, por mais modestamente que seja, tenho meu leitorado. É com este leitorado que dialogo. Um leitorado plural, variado, includente, no qual nem todos se parecem comigo ou são meu espelho. Nem todos torcem pelo meu Botafogo ou pelo meu Internacional (sou gaúcho). Nem todos são neutros como eu em assuntos religiosos, nem todos comungam de todas as minhas ideias e preferências, o que é simplesmente natural e não faz sentido para mim buscar outro leitorado, que seja quantitativamente mais expressivo mas com gente que se comporta em público em completo desacordo com a maneira como eu mesmo me comporto, em público ou não. Nunca xingo, nunca insulto, nunca ofendo ninguém. A forma sutil que descobri de não convidar quem faz habitualmente tudo isso sem precisar ser explícito a este respeito foi esta, e tem funcionado muito bem. Os precipitados de língua geralmente não leem textos um pouquinho mais longos. Fico livre deles, assim. Quem aqui chegar com intenções de trolagem, por exemplo, simplesmente não se sentirá à vontade, se chegar a perceber que destoa não só do meu discurso, como também do de todos os demais comentaristas.
Mas hoje vim tocar o Bonde com outro assunto. O título já diz do que se trata. Neste domingo que nacionalmente promete um fervilhamento de opiniões, de ocorrências, etc., venho falar um pouquinho sobre a situação atual do país conforme a vejo.
Não pretendo soar paladino, dono da verdade ou coisa assim. Venho apenas externar algumas opiniões minhas a meu modo em meu próprio espaço virtual.
Acho um pouco ridícula essa divisão da opinião pública entre dois times: o dos coxinhas e o dos petralhas.
Mas a divisão aí está, ela já se impôs e não há nada que eu possa fazer a respeito disso; não é por declarar aqui que a acho ridícula que alguma coisa relevante acontecerá no sentido de dissolvê-la ou sequer de enfraquecê-la. Sou realista e sei que me dirijo a pouca gente, pelos motivos já mencionados e por outros.
Tenho amigos virtuais em ambos os times. Ninguém é ou deixa de ser meu amigo só por vestir esta ou aquela camisa.
Um amigo inclusive se manifestou sobre isto de uma forma interessante. Ele não é nem coxinha nem petralha e aponta o desconforto que sente ao não apoiar nenhuma dessas duas 'facções'. Ambas parecem cobrar-lhe uma posição. Então ele publicou alguma coisa dessas prontas em que o autor não é identificado. O questionamento ali apontava para quatro questões: Dá pra defender esse governo que aí está? Dá pra apoiar essa oposição que aí está? Dá para acreditar nessa imprensa que aí está? Dá pra dialogar com esse povo que aí está?
A mais óbvia resposta seria um sonoro NÃO para todas.
Já fui de odiar. Odiei o governo militar quando ainda era um jovem universitário. Odiei o Chagas Freitas, em quem via apenas uma figura pública cheia de demagogia, dono de um daqueles jornais que exploravam o agrado popular pela crônica policial sensacionalista, dos quais se dizia que se a gente torcer, sai sangue, bem ao agrado de uma fração da população que talvez jamais chegue a entender o que é o PIB.
Odiei muito o Amaral Neto, que se aproveitando dessa fácil instilação de ódio no povo puxou um plebiscito pela pena de morte no Brasil. Cheguei a escrever uma carta aberta para mandar aos principais jornais dizendo que esse plebiscito não contaria com meu voto favorável nem se me garantissem que a pena de morte seria revogada logo após a primeira e única execução, do próprio Amaral Neto.
Pois nesse 2016 completarei 60 anos. Não me acho mais em idade de odiar ninguém.
Ser um desses 'justiceiros' baratos para atrair com pura e cínica demagogia um grande número de adesões a essas 'ideias' de sempre mas bolsonarianas, datenianas e quejandas, para atualizar um pouco, é coisa que está completamente fora de questão, como sempre esteve e estará.
Mas essa instilação de ódio fácil e bem sucedida continua me incomodando porque vejo seus frutos.
Salta aos olhos, para mim, a superficialidade de quem propõe ou engole esse tipo de discurso.
Alinho-me com os que parecem pensar, refletir. Vendo os vídeos do professor Karnal, por exemplo, o povo ganharia muito mais. Mas são vídeos que falam de coisas mais profundas, de maneira muito bem fundamentada. Naturalmente, os que os assistem, compreendem e opinam são em média pessoas de escolaridade bem mais alta.
Uma ótima piada dele diz mais ou menos: "Se fosse assim, seria fácil. Eu trocaria Hamlet por Paulo coelho e seria feliz." Está num vídeo onde ele discorre interessante e ponderadamente sobre essa coisa de haver um único culpado por todos os males do país, que bastaria "fritar" para os problemas todos acabarem, principalmente no que diz respeito a corrupção.
Não posso concordar com os demagogos de agora, esses que instilam esse visível e denso ódio nos que aceitam suas alegações e manobras.
Sou de um tempo em que já se falava o diabo de dois poderes: o executivo e o legislativo. Isso aconteceu inclusive em todos os governos anteriores ao presente século, sem exceção. E a corrupção já corria solta, também, naqueles antigamentes. Mas o judiciário sempre me parecera, se não inatacável, ao menos inatacado. Alguma coisa havia ali que não dava margem à opinião pública para falar "isso" deles. Mas lá se foi esse tempo.
Hoje temos juízes claramente partidários, clara e totalmente comprometidos com resultados previamente arranjados. Quem conhece o "Le Monde" não diria que ele se alinha ou identifica com a nossa banda 'petralha'. Pois justamente ali saiu recentemente uma matéria sobre o Brasil que claramente apontava entre várias outras coisas nada recomendáveis esse caráter seletivo da nossa justiça. Como brasileiro, só consegui sentir vergonha, vergonha do fato de alguns de nossos magistrados, inclusive notáveis e descendentes de notáveis juristas, terem perdido a vergonha.
Envergonhadamente, tenho dito.
Minha voz não chega a tanta gente quanto acredito que pudesse ser útil a esta causa. Por isso mesmo, nem este blog nem qualquer outro espaço virtual onde me apresento me serviram até o momento como tribuna.
Meus textos são invariavelmente ignorados por muitos. Alongo-me natural e deliberadamente, para melhor me expressar de acordo com alguma ideia, opinião, inspiração que tenha. Isto só já afugenta um bom número de pessoas que de alguma forma me conhecem. E já me proporciona uma espécie de "seleção natural" que para mim, neste caso, chega a ser conveniente. Os que não gostam de ler nem sequer vêm aqui, onde praticamente nada mais que palavras, que textos encontrarão. E ponto.
Já os que leem habitualmente e graças a isso têm referências culturais suficientes, em geral não só leem como apreciam meus escritos, concordando ou não com minhas ideias. Quando aqui se manifestam em comentários são sempre respeitosos, atinados, nada radicais nem superficiais, nem exageradamente nada. Correspondem, assim, perfeitamente ao que lhes ofereço em termos de comportamento: urbanidade, respeito incondicional às pessoas, essas e muitas outras coisas. O retorno que obtenho é, para mim, qualitativamente satisfatório.
Assim, por mais modestamente que seja, tenho meu leitorado. É com este leitorado que dialogo. Um leitorado plural, variado, includente, no qual nem todos se parecem comigo ou são meu espelho. Nem todos torcem pelo meu Botafogo ou pelo meu Internacional (sou gaúcho). Nem todos são neutros como eu em assuntos religiosos, nem todos comungam de todas as minhas ideias e preferências, o que é simplesmente natural e não faz sentido para mim buscar outro leitorado, que seja quantitativamente mais expressivo mas com gente que se comporta em público em completo desacordo com a maneira como eu mesmo me comporto, em público ou não. Nunca xingo, nunca insulto, nunca ofendo ninguém. A forma sutil que descobri de não convidar quem faz habitualmente tudo isso sem precisar ser explícito a este respeito foi esta, e tem funcionado muito bem. Os precipitados de língua geralmente não leem textos um pouquinho mais longos. Fico livre deles, assim. Quem aqui chegar com intenções de trolagem, por exemplo, simplesmente não se sentirá à vontade, se chegar a perceber que destoa não só do meu discurso, como também do de todos os demais comentaristas.
Mas hoje vim tocar o Bonde com outro assunto. O título já diz do que se trata. Neste domingo que nacionalmente promete um fervilhamento de opiniões, de ocorrências, etc., venho falar um pouquinho sobre a situação atual do país conforme a vejo.
Não pretendo soar paladino, dono da verdade ou coisa assim. Venho apenas externar algumas opiniões minhas a meu modo em meu próprio espaço virtual.
Acho um pouco ridícula essa divisão da opinião pública entre dois times: o dos coxinhas e o dos petralhas.
Mas a divisão aí está, ela já se impôs e não há nada que eu possa fazer a respeito disso; não é por declarar aqui que a acho ridícula que alguma coisa relevante acontecerá no sentido de dissolvê-la ou sequer de enfraquecê-la. Sou realista e sei que me dirijo a pouca gente, pelos motivos já mencionados e por outros.
Tenho amigos virtuais em ambos os times. Ninguém é ou deixa de ser meu amigo só por vestir esta ou aquela camisa.
Um amigo inclusive se manifestou sobre isto de uma forma interessante. Ele não é nem coxinha nem petralha e aponta o desconforto que sente ao não apoiar nenhuma dessas duas 'facções'. Ambas parecem cobrar-lhe uma posição. Então ele publicou alguma coisa dessas prontas em que o autor não é identificado. O questionamento ali apontava para quatro questões: Dá pra defender esse governo que aí está? Dá pra apoiar essa oposição que aí está? Dá para acreditar nessa imprensa que aí está? Dá pra dialogar com esse povo que aí está?
A mais óbvia resposta seria um sonoro NÃO para todas.
Já fui de odiar. Odiei o governo militar quando ainda era um jovem universitário. Odiei o Chagas Freitas, em quem via apenas uma figura pública cheia de demagogia, dono de um daqueles jornais que exploravam o agrado popular pela crônica policial sensacionalista, dos quais se dizia que se a gente torcer, sai sangue, bem ao agrado de uma fração da população que talvez jamais chegue a entender o que é o PIB.
Odiei muito o Amaral Neto, que se aproveitando dessa fácil instilação de ódio no povo puxou um plebiscito pela pena de morte no Brasil. Cheguei a escrever uma carta aberta para mandar aos principais jornais dizendo que esse plebiscito não contaria com meu voto favorável nem se me garantissem que a pena de morte seria revogada logo após a primeira e única execução, do próprio Amaral Neto.
Pois nesse 2016 completarei 60 anos. Não me acho mais em idade de odiar ninguém.
Ser um desses 'justiceiros' baratos para atrair com pura e cínica demagogia um grande número de adesões a essas 'ideias' de sempre mas bolsonarianas, datenianas e quejandas, para atualizar um pouco, é coisa que está completamente fora de questão, como sempre esteve e estará.
Mas essa instilação de ódio fácil e bem sucedida continua me incomodando porque vejo seus frutos.
Salta aos olhos, para mim, a superficialidade de quem propõe ou engole esse tipo de discurso.
Alinho-me com os que parecem pensar, refletir. Vendo os vídeos do professor Karnal, por exemplo, o povo ganharia muito mais. Mas são vídeos que falam de coisas mais profundas, de maneira muito bem fundamentada. Naturalmente, os que os assistem, compreendem e opinam são em média pessoas de escolaridade bem mais alta.
Uma ótima piada dele diz mais ou menos: "Se fosse assim, seria fácil. Eu trocaria Hamlet por Paulo coelho e seria feliz." Está num vídeo onde ele discorre interessante e ponderadamente sobre essa coisa de haver um único culpado por todos os males do país, que bastaria "fritar" para os problemas todos acabarem, principalmente no que diz respeito a corrupção.
Não posso concordar com os demagogos de agora, esses que instilam esse visível e denso ódio nos que aceitam suas alegações e manobras.
Sou de um tempo em que já se falava o diabo de dois poderes: o executivo e o legislativo. Isso aconteceu inclusive em todos os governos anteriores ao presente século, sem exceção. E a corrupção já corria solta, também, naqueles antigamentes. Mas o judiciário sempre me parecera, se não inatacável, ao menos inatacado. Alguma coisa havia ali que não dava margem à opinião pública para falar "isso" deles. Mas lá se foi esse tempo.
Hoje temos juízes claramente partidários, clara e totalmente comprometidos com resultados previamente arranjados. Quem conhece o "Le Monde" não diria que ele se alinha ou identifica com a nossa banda 'petralha'. Pois justamente ali saiu recentemente uma matéria sobre o Brasil que claramente apontava entre várias outras coisas nada recomendáveis esse caráter seletivo da nossa justiça. Como brasileiro, só consegui sentir vergonha, vergonha do fato de alguns de nossos magistrados, inclusive notáveis e descendentes de notáveis juristas, terem perdido a vergonha.
Envergonhadamente, tenho dito.
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