29 de julho. E o nosso Bonde parou. Ele é puxado a burro, não sei se vocês já repararam. Literalmente. Pois empacou, de não ter santo que dê jeito.
Principalmente, andei atolado demais em trabalho por todo esse tempo, embora minha receita nem de longe em momento algum refletisse um aumento realmente proporcional a esse empenho praticamente suicida. Que nada! Certamente não há de ser por aí.
Hoje entrego com alguns minutos de atraso uma tarefa rotineira por e-mail esperada para as 14 horas e ainda não chegou outra. Tanto melhor. Pausa pra respirar. Retardo novamente a hora do almoço e venho aqui a esse espaço meu santuário só pra tocar o Bonde ao menos um trechinho adiante, senão os agora já 65 passageiros habituais acabam resolvendo fazer a pé mesmo os passeios que vinham fazendo nesse bonde. (meu profundo agradecimento de coração mesmo a todos, mais uma vez por favor desculpem-me as longas demoras em tomar conhecimento de cada um dos comentários e em respondê-los, e em retribuir cada visita) No varejo, tenho pedido paciência a alguns, mas reconheço: haja paciência.
Entre parentes, amigos próximos, colegas de trabalho, enfim no meu espaço de vida, são bem poucas as pessoas que cultivam o hábito de ler e praticamente ninguém mesmo me lê. No tempo do papel e caneta eu nunca tive quem compartilhasse minha produção. Ficou uma coisa eremita demais meu escrever, e totalmente sem rumo além de totalmente sem propósito.
Quando não sem surpresa descubro na que blogosfera existe quem me leia (e aprecie), achei que mesmo já sendo um cinquentão ainda faria sentido inaugurar uma nova fase altamente produtiva na vida, em que me dispunha a simplesmente escrever pelos cotovelos pra ver no que daria.
Em 2008, o blog Veleidades no extinto Globo Onliners tornou-se a menina dos meus olhos. O leitorado de então foi se chegando e comentando cada escrito postado e me dando tanto incentivo, tanto carinho, que eta! cheguei a entusiasmar-me, sim.
Mas o Globo Onliners saiu de repente do ar, em maio passado. Muita gente de lá que conheci pelo menos virtualmente migrou pra cá, pro Blogspot, onde eu já mantinha este blog. Essa acorrência aumentou bem o movimento daqui do Bonde. Vários dos meus habitués são também ex-GOs. Nem tudo estava perdido, então. E o Bonde andava, e muito bem, obrigado.
Desmembrei-o em outros blogs para separar assuntos (Lexicografia) ou exercitar meu poliglotismo (Me and my English, En français aussi, pourquoi pas?) deixando o Bonde exclusivamente para minhas generalidades expressas em português. Vislumbrei escrever em outras línguas também, como exercício possivelmente interativo. Seria dar a cara a tapa na blogosfera, criar expectativas de desempenho que só se desse pra não fazer mais nada eu seria capaz de atender. Mas também poderia constitui-se em prova incontestável de competência a meu crédito, o qaue me interessaria, sim, e a longo prazo ainda viria a ser de outras serventias. As línguas que passei a vida toda estudando elas EXISTEM, sim. Quem as fale também. Simples, não? Pois há quem não entenda sequer isso. Enfim, acabaram ficando mesmo só na intenção esses outros blogs irmãos (ou filhos) do Bonde. Um blog em italiano, outro em espanhol, um sobre o defunto latim que por falta de exercício está morrendo também mais outra vez - o meu latim. Quem sabe um dia ainda retome esses mirabolantes planos.
Pode ser que pela blogosfera seja veiculada uma profusão de ideias quiçá úteis para o universo de quem lê. Elas fervilham em mim, ociosamente, às vezes, querendo porque querendo "sair pra fora", ganhar mundo virtualmente. Porém as mais das vezes elas elas se reprimem, encolhem e recolhem à própria inutilidade.
Vejam, ilustres passageiros: estou voltando.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
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