Nosso Bonde começou a circular faz quase três anos. Nunca publiquei nada aqui que não fosse integralmente de minha autoria. Mas hoje abro mão deste princípio para inserir um monólogo do qual gosto muito. Lá vai:
MONÓLOGO MUNDO MODERNO
Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.
sexta-feira, 23 de março de 2012
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23 comentários:
Muito lindo esse monólogo, todo em M... Bom te ver, fazia um tempão! abraços,chica
Também não visito suas Coisinhas há tempão, saudade do seu humor, Chica. Mas a gente se vê por aí. Obrigado pelo passeio de bonde. Abraços
Chico Anísio deixou um legado imenso. Deixa também muita saudade.
Que Deus o tenha.
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Gostei demais! Não é fácil escrever um texto, usando a mesma letra inicial...Obrigada!
Beijos de luz e o meu carinho, sempre...
Zélia(MundoAzul)
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Mestre na difícil arte de fazer rir. Mas teve vida longa e exitosa. Obrigado pela visita, Terê.
Obrigado pelo passeio de bonde, sempre bem vinda Zélia.
Beijos, luz e carinho meus pra você também
Esperemos que circule por muitos mais.
E fez bem em abrir excepção, que o texto é magnífico.
Saudações
POR FAVOR, retira as pavorosas letras de verificação: juro, não sou máquina!!
Obrigado, São.
Também acho uma chatice essas letrinhas.
Saudações
Há pessoas espantosas para inventar poemas engraçados, sentimentais, originais e verdadeiros. Abraço
Verdade, Hermínia.
Ao monólogo acima, de Chico Anysio, seus adjetivos engraçado, sentimental, original e verdadeiro caem todos como luva.
Obrigado pela visita.
Muito interessante, João!
Uma bela homenagem!!!
Beijocas e boa quarta-feira!
Procê também, Soninha
beijocas e tdb
Costuma-se vulgarizar o termo "genial"... Eis aqui um exemplo em que a palavra é empregada com absoluta justiça. Chico foi, será pra sempre, gênio.
Então, consegui chegar ao bonde andando. Passearei em bondes qualquer dia. Os acho românticos.
Beijos, meu querido.
Que prazer ter você nova passageira aqui, Milene, obrigado pela visita e comentário.
Beijos
ah! viajei.
maravilhoso isso
abraço de afeto
O Bonde agradece seu passeio, Aglaé
abraço de afeto pra ti também
Olá!
Muito obrigado por suas palavras!
Eu não curto muito esse negócio de amizade na Blogosfera, mas confesso que me senti confortada por seu comentário; realmente é um momento delicado e sempre nessas horas acontecem as atrapalhações e pra piorar a gente não toma as providências necessárias.
Mas aí eu deu uns jeitinhos e a coisa se amenizou.
Que bom saber disso, então. Continuo na torcida.
E obrigado pela visita ao bonde.
Imaginei você fazendo esse monólogo
Muito interessante.
Um abraço
Imaginei você fazendo esse monólogo
Muito interessante.
Um abraço
Elisa, obrigado pelo passeio de Bonde, e por tornar-se minha mais nova ilustre passageira.
Também passei a seguir o seu, que já conhecia e visitava vez em quando.
Um abraço
Monólogo muito massa!
Fiquei curiosa de saber de quem é a autoria dessa "emarada".
Abraço, JOão.
Monólogo muito massa. Emarada. Você também leva jeito. Foi quando da morte do nosso genial Chico Anysio que postei este texto dele, em homenagem póstuma como declaro no título.
Abraço, Laís.
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