Hoje tiro de meu baú um texto que escrevi há exatos vinte e sete anos, em 1986. Não acho que seja o caso de fazer qualquer atualização. Segue como foi originalmente escrito.
PARA VOCÊ LER, COM TODA A DESATENÇÃO QUE DISPENSA NORMALMENTE A LEITURAS DISPENSÁVEIS
Impossível que assim não seja. O pacto aqui é de ócio, mesmo. Encontram-se, por mero acaso, um leitor desinteressado e um autor desinteressante, cada qual no seu papel, à falta de o que mais fazer.
Assim, ao dirigir-lhe a desnecessária palavra, sinto que somos igualmente culpados.
Puro passatempo. Nada, pois, de tentar entender, ou pior, compreender o sentido de minhas palavras. Por deliberação própria, elas não pretendem dizer nada mesmo, pretensão esta que garantidamente hão de cumprir.
Também, por que é que em vez de minhas insossas palavras, você não está lendo agora um desses clássicos imortais, hein? Ah, e se estrangeiro, no original.
Que nada. Pelo fato de ainda estar me lendo até agora, você sem dúvida nenhuma é daqueles que quando dá pra evitar um clássico nem por um segundo hesitam. Evitam, mesmo.
Nada há de errado com os tão reputados clássicos, mas eles nos predispõem negativamente. Um Homero, um Virgílio, um Camões, e todos os demais dessa mesma laia de gigantes, já de saída se nos assomam como qualquer coisa da qual estaríamos, no barato, a quilômetros de distância (e aquém, ainda por cima). Daí nossa indisposição para com aquele tom que se nos afigura pedantesco, aquela inatingibilidade sadicamente calculada, que já de cara nos humilha.
Profundidade demais, assim, não há medíocre que agüente. Muito aborrecidos, afinal, esses tais clássicos universais. Eu os acho.
Depois, cá entre nós, pra que diabos ficar escarafunchando os fundilhos da alma humana num cruel semi-desnudamento de certas verdades vá lá que profundas, mas sempre desencantadoras?
Depois ainda, pra que refletir? Isso é coisa só para uns poucos. Só mesmo certas aves raríssimas, detentoras daquela inegável superioridade que mais as estigmatiza do que distingue.
Mediocridade, ignorância, isso sim. É tão menos inquietante, tão menos diferenciador, tão menos raro, tão mais cômodo, tão mais igualante, tão mais e tão menos sei lá o quê mais. Nós, os oligofrênicos, os néscios, os apedeutas, os indoutos, os iletrados, os analfaburros, nós, o que mais nos chamem-nos Eles, nós é que formamos a esmagadora maioria. Sempre o fizemos, e digam o que quiserem dizer os advogados da falaz massificação da cultura, sempre a constituiremos. Por desconhecermos (eis o nosso verbo) nossa força, ignoramos também nosso direito à dignidade.
UNAMO-NOS JÁ. Está na hora da tomada de consciência! Vamos ecoar aos quatro ventos o som, mesmo que desafinado, de nosso hino-grito-de-guerra:
- O BURRO/ UNIDO/ JAMAIS SERÁ VENCIDO!
- O BURRO/ UNIDO/ JAMAIS SERÁ VENCIDO!
Percebe como não há sofrimento na leitura das banalidades ou baixezas produzidas por estilistas incompetentes? É que a gente não cresceu, não se aperfeiçoou, não evoluiu, não aprendeu porríssima nenhuma, e nada aconteceu contra nossa integridade de medíocres, nem contra nosso amiúde minúsculo amor-próprio. A única mudança (mas esta é inevitável) terá sido o envelhecimento correspondente ao tempo consumido na leitura de tais besteiras. Ah, mas os “outros” leitores também estão envelhecendo. Pelo menos quanto a eles, bem feito!
Normalmente, a gente nem se dá conta do envelhecimento. Cada segundo passado é um a mais na nossa idade, e um a menos na felizmente impredizível distância que nos aparta da morte.
Na infinita e cruel moção do tempo, lá vamos nós todos, os coevos do presente, sabendo muito bem pra onde e, a rigor, nada mais sabendo de certo. Quando sentimos a morte aproximar-se (o que já vinha acontecendo desde o nascimento, ou melhor, desde a concepção), é porque na verdade ela já chegou. Aí...
Destino comum, ela é fim necessário para toda e qualquer vida individual. E no geral, a vida continua. Sempre.
Chegar, ela chega mesmo, se se nasceu. Fatalmente, ela chega.
Última visita desagradável que temos de receber, é sempre na pior hora que ela chega, e raramente a convite. Nunca é bem-vinda e, pela idade que mesmo não aparentando com certeza ela tem, a pobrezinha já deve estar pra lá de acostumada a ser recebida do jeito que é, sempre sob protestos, com toda aquela choradeira e a maior má vontade.
Agora vir, ela vem mesmo. Isso é que vem.
E vem a pretexto de qualquer coisa, quando não sem pretexto nenhum, logo. Existem óbitos explícitos: causa mortis DESCONHECIDA.
Morre-se de medo, sim, mas também se morre ao manifestar coragem demais. De vergonha se morre, mas também de sem-vergonhice. De calor, mas também de frio. De sede se morre, mas de mitigar imoderadamente a sede também. Em qualquer lugar tem gente nas ruas morrendo de fome. A comida de rua também mata, e deve ser por isso mesmo que as mães costumam recomendar aos filhos que a evitem. Se doenças matam, por mais ridículo que pareça, e que me desculpem a franqueza os médicos e demais profissionais de saúde, no fim das contas o próprio exercício da medicina também mata de vez em quando, em seu próprio afã de atrasar ao máximo a visita garantida e inevitável da morte.
Morre-se em conseqüência de erros, tanto próprios como alheios. Mas também se morre, e muito, em conseqüência de acertos os mais variados (acerto de contas, acerto de pontaria, e por aí vai). E também tem gente aí morrendo por conta dos mais diversos desacertos.
Os versáteis, os que justificadamente se orgulham de tocar bem vários instrumentos, falar bem várias línguas, usar bem várias ferramentas, deveriam ver na morte o mais exponencial exemplo de versatilidade.
Não há nada de que ela não saiba como servir-se, e com que eficiência! Diga aí qualquer coisa que você acredita que não mate. Mesmo que nós não conheçamos nenhum caso de quem tenha morrido justamente dessa causa aí, é só “ela” ouvir e pronto, logo começarão a aparecer os primeiros óbitos.
Vejo a morte a servir-se igualmente de cada coisa... e também de seu contrário (que juntos formam uma coisa só). Ódio mata, amor também. Veneno mata, seu antídoto também. Uma arma mata, sua falta também. O ar (por exemplo, injetado na veia com uma seringa), a falta de ar; a pressa (no trânsito, nos herdeiros), e a falta de pressa. As batidas (em todos os sentidos dos respectivos homônimos), mais parto, aids, velhice, criancice, overdose (de qualquer coisa, pois tudo tem sua dose letal), cachaça, salário-mínimo, tudo isso comprovadamente mata melhor que Django e Sartana ao cubo.
Que posso fazer? É continuar, caneta a uma das mãos, a outra na consciência tão cheia da certeza de sua vinda como da ignorância de quando.
Paro aqui, ou prossigo? É claro que vai dar exatamente na mesma. O certo é que a morte vem. Nem adianta. E sempre restará muito mais por fazer do que o somatório do já feito.
O tempo disponível nunca foi nem jamais será suficiente para que bem possamos apreciar tudo quanto há de bom, por exemplo. Mas não dá, mesmo! Urge limitarmo-nos apenas ao melhor, e ainda assim com certas reservas. Não há tempo. Não há.
E aí você, sem nenhum espanto, lendo tudo o que eu escrevi e que sabida e consentidamente não leva e nem era pra levar a parte alguma, enquanto impiedoso e invariavelmente mal aproveitado, o tempo nem por um único instante parou de fazer o que só sabe: ir passando..., passando..., passando..., passando... ... ... ... .. .
Quanto desperdício! Considerável, mas dificilmente evitável desperdício.
Pela trigésima vez na vida, consegui desperdiçar um mais um ano inteiro, confesso. Isto porque hoje é dezoito de agosto. E sabe do que mais? Nutro ainda por cima uma baita duma esperança de alcançar a graça (sei lá que graça isso tem, mas vá lá) de ainda ter direito a muitos e muitos outros anos só para poder desperdiçá-los todinhos, vez após vez. Inescapável.
Fazer o quê com o tempo? Os anos nos ensinam coisas que os dias simplesmente não sabem, nem podem saber. E eu agora começo a ter consciência das décadas. Elas também, por sua vez, nos ensinam coisas que os anos simplesmente não sabem, nem podem saber. Estou entrando em minha quarta década, que se completará ainda dentro deste moribundo século. Na virada do novo século e milênio, estarei a meados da minha quinta década, a completar-se em dois mil e seis. E assim vai, e assim eu vou, ou melhor, os dias, os anos e as décadas vão me levando. E fica sempre aquela inevitável sensação de que a vida é curta. Pode ser. Mas também se faz bastante, se experimenta bastante, se sofre bastante, e no fim das contas a vida talvez nem seja mesmo tão curta assim como a queremos perceber. Poupar o tempo não dá. Nem emprestá-lo, nem roubá-lo, nem pô-lo a render ágio, nem aplicá-lo no open, nem depositá-lo como tudo o que tenho em minha ridícula conta corrente Bradesco, nem carregá-lo nos bolsos, nem especular com ele na bolsa, nem nada disso. Dá? Pra nada do que se faz com dinheiro o tempo serve. Não consigo entender por que cargas d'água tanta gente por aí acredita tão piamente que tempo é dinheiro. Cambada de débeis mentais!
Não posso permitir-me uma recomendação final de jamais desperdiçar seu precioso tempo! Se a fizesse, seria feia hipocrisia de minha parte. Que exemplo eu mesmo dou nesse sentido? E você também, ainda lendo essas minhas baboseiras trintonas. Logo eu, o maior descumpridor dessa enfim supérflua regra do não-desperdício. Que fique claro: eu desperdiço apenas meu tempo, já que a situação não me permite desperdiçar mais nada, pois mais nada eu tenho pra desperdiçar. Senão...
Pois o que eu lhe digo, amigo leitor, é bem outra coisa: desperdice, desperdice mesmo, dissipe, esbanje, inaproveite, jogue fora, seja um perdulário de mão (temporariamente) cheia para seu tempo, livre ou não. Encontre a melhor maneira, e seja feliz. Pinte os canecos enquanto dona morte não vem. Quando dona morte chegar...
Olha, nada de ficar esperando, tá? Como você bem sabe, ela não tem hora mesmo, né?
Ciao!
sábado, 17 de agosto de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
23 de Janeiro
O desembarque de D João VI e família real na Bahia deu-se em 1808, exatamente a vinte e três de janeiro. Faz exatamente 204 anos. Também o abalo sísmico que fez o maior número de vítimas fatais da história deu-se nesta data, em 1556, e atingiu as províncias chinesas de Shaanxi, Shanxi e Henan, causando a morte de 830 mil pessoas. João Maurício de Nassau chega ao Recife em 1637. Fundação do Instituto Butantã (São Paulo, Brasil,1901). Em 1997 entra em vigor a cobrança da CPMF nas movimentações bancárias no Brasil e o então ator global Guilherme de Pádua é condenado a dezenove anos de prisão pelo assassinato da atriz Daniela Perez. Nasceram Grigori Rasputin, místico russo (1864 – m. 1916); Deolindo Amorim, propagador do Espiritismo no Brasil (1906 – m. 1984); Django Reinhardt, músico belga (1910 – m. 1953); Jeanne Moreau, atriz francesa (1928); Joãozinho Trinta, coreógrafo e carnavalesco brasileiro (1933 – m. 2011); João Ubaldo Ribeiro, escritor brasileiro (1941); Vital Farias, cantor e compositor brasileiro (1943); Henrique da Costa Mecking (Mequinho), enxadrista brasileiro (1952); Princesa Caroline de Mônaco, princesa monegasca, filha do Príncipe Rainier (1957); entre outros notáveis. Morreram o Marquês de Sapucaí (1875 – n. 1793); Salvador Dalí, pintor espanhol (1989 – n. 1904); entre outros.
Pincei estes dados meio aleatoriamente na página do dia da Wikipédia. http://pt.wikipedia.org/wiki/23_de_janeiro
Mas vinte e três de janeiro é data gravada indelevelmente em minha outrora tão boa, hoje tão má memória, por motivo outríssimo. Neste dia e no meu ano nasceu uma amiga bióloga e tradutora cujo paradeiro atualmente ignoro, e também uma amiga da minha filha de quem falo aqui, chamada Maybell, que tem um filhinho chamado João e agora espera outro, como soube pelo Facebook, mas principalmente foi o dia em que nasceu Danusa, que não é (pelo menos até agora, que eu saiba) famosa nem virou verbete de nenhuma enciclopédia. Lembro ainda claramente como foi difícil o parto. Eu estava com vinte e três. O ano: 1980.
Em idade escolar, Danusa lembrava a Mônica do gibi e seus colegas eram uns Cebolinhas, Cascões e companhia. Só faltava o coelhinho.
Outra recordação dessa época é ela chorando, e exatamente assim explicando seu medo de pular uma poça d’água: “Eu sou estabanada!”
Mais crescidinha, revelou um certo talento dramático que sempre admirei babosamente, agregue-se aí um pouco de corujice minha, vá lá, mas enfim um talento. Fazia imitações muito boas, que sempre foi atenta observadora de trejeitos pessoais em praticamente todo mundo. A única vez que fui a um teatro sem qualquer informação sobre a peça nem a direção nem nada foi no Teatro do Sesc. Eu só queria ver subirem ao palco duas atrizes de idêntico DNA. Vi-me por assim dizer inteiro naquele palco, cinquenta por cento em cada uma daquelas duas atrizes jovens, belas, talentosas, bem deixa eu parar de desfilar adjetivos pra elas aqui porque meu vocabulário todo fica pobre pra refletir todas as boas qualidades que nelas eu via e continuo vendo.
Estaria Danusa já pelos quatorze, quinze anos, quando lhe perguntei de que maneira ela queria ser feliz na vida. Nunca mais esqueci. Segundo sua imaginação adolescente, dava muito bem pra ser feliz “pilotando” um fogão, cuidando da casa, das crianças (no plural, mesmo), essas coisas. Só? Só. A simplicidade daquela resposta me impressionou profundamente. Achei-a sábia. E logo eu, que torço até pela felicidade de pessoas que nem sequer conheço ou até pela de quem não gosto mesmo, quanto mais então pela dela, que eu amo
Num dos livros do Velho Testamento, o dos Provérbios, no capítulo 14, verso 1, lê-se: “Toda mulher sábia edifica a sua casa; ...”.
Pois a (pra mim) principal aniversariante do dia cursou filosofia na UFRJ, pedagogia na UERJ, tudo isso enquanto trabalhava na Funarte (uns dez anos ao todo), mas sua vida agora é bucólica, com suas lindinhas Olívia e Violeta.
O número de vezes que a vi nessa última meia dúzia de anos, do casamento dela pra cá, dá pra contar nos dedos. E sobram mais dedos do que os contados. Ela ficou morando naquele lugar que achei muito, mas muito bonito, longe dos meus olhos, no interior de Minas.
Feliz, como muito improvavelmente ainda se lembre hoje que um dia me disse que queria ser, mas enfim feliz, isto é o que importa, e eu gosto muito de saber que assim é.
Feliz aniversário, querida.
Pincei estes dados meio aleatoriamente na página do dia da Wikipédia. http://pt.wikipedia.org/wiki/23_de_janeiro
Mas vinte e três de janeiro é data gravada indelevelmente em minha outrora tão boa, hoje tão má memória, por motivo outríssimo. Neste dia e no meu ano nasceu uma amiga bióloga e tradutora cujo paradeiro atualmente ignoro, e também uma amiga da minha filha de quem falo aqui, chamada Maybell, que tem um filhinho chamado João e agora espera outro, como soube pelo Facebook, mas principalmente foi o dia em que nasceu Danusa, que não é (pelo menos até agora, que eu saiba) famosa nem virou verbete de nenhuma enciclopédia. Lembro ainda claramente como foi difícil o parto. Eu estava com vinte e três. O ano: 1980.
Em idade escolar, Danusa lembrava a Mônica do gibi e seus colegas eram uns Cebolinhas, Cascões e companhia. Só faltava o coelhinho.
Outra recordação dessa época é ela chorando, e exatamente assim explicando seu medo de pular uma poça d’água: “Eu sou estabanada!”
Mais crescidinha, revelou um certo talento dramático que sempre admirei babosamente, agregue-se aí um pouco de corujice minha, vá lá, mas enfim um talento. Fazia imitações muito boas, que sempre foi atenta observadora de trejeitos pessoais em praticamente todo mundo. A única vez que fui a um teatro sem qualquer informação sobre a peça nem a direção nem nada foi no Teatro do Sesc. Eu só queria ver subirem ao palco duas atrizes de idêntico DNA. Vi-me por assim dizer inteiro naquele palco, cinquenta por cento em cada uma daquelas duas atrizes jovens, belas, talentosas, bem deixa eu parar de desfilar adjetivos pra elas aqui porque meu vocabulário todo fica pobre pra refletir todas as boas qualidades que nelas eu via e continuo vendo.
Estaria Danusa já pelos quatorze, quinze anos, quando lhe perguntei de que maneira ela queria ser feliz na vida. Nunca mais esqueci. Segundo sua imaginação adolescente, dava muito bem pra ser feliz “pilotando” um fogão, cuidando da casa, das crianças (no plural, mesmo), essas coisas. Só? Só. A simplicidade daquela resposta me impressionou profundamente. Achei-a sábia. E logo eu, que torço até pela felicidade de pessoas que nem sequer conheço ou até pela de quem não gosto mesmo, quanto mais então pela dela, que eu amo
anos-luz mais do que dá pra dizer.
Num dos livros do Velho Testamento, o dos Provérbios, no capítulo 14, verso 1, lê-se: “Toda mulher sábia edifica a sua casa; ...”.
Pois a (pra mim) principal aniversariante do dia cursou filosofia na UFRJ, pedagogia na UERJ, tudo isso enquanto trabalhava na Funarte (uns dez anos ao todo), mas sua vida agora é bucólica, com suas lindinhas Olívia e Violeta.
O número de vezes que a vi nessa última meia dúzia de anos, do casamento dela pra cá, dá pra contar nos dedos. E sobram mais dedos do que os contados. Ela ficou morando naquele lugar que achei muito, mas muito bonito, longe dos meus olhos, no interior de Minas.
Feliz, como muito improvavelmente ainda se lembre hoje que um dia me disse que queria ser, mas enfim feliz, isto é o que importa, e eu gosto muito de saber que assim é.
Feliz aniversário, querida.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Toque mais, Toca!
Acho-me imbuído de uma agradável esperança, por assim dizer, pra este ano ainda pirralho.
Se na área das finanças ele não for pra mim bem melhor do que foi o defunto fresco seu antecessor, tanto pior, a essa altura do campeonato, mas ainda assim o mundo garantidamente continuará com seus movimentos habituais de rotação e translação e todos os etcéteras que venham ao caso, com muita coisa boa ainda reservada, apesar do perigosamente provável desequilíbrio entre minhas colunas pessoais do deve e do haver. No entanto, até pra isso deve haver alguma saída.
O que agora contemplo com o maior otimismo é o que este ano promete representar pra meus castigados ouvidos. Sim, porque pelo visto será um ano musical, com bastantes instâncias de agrado pra eles.
Tive a oportunidade de finalmente conhecer meu neto Victor, filho de outro Victor, meu filho. Embalei-o e o pus a dormir cantarolando as mesmas velhas canções que também cantarolei pra outros bebês. Parece que os bebês realmente apreciam que se cante pra eles, mesmo que se tenha voz de barítono. Por sorte minha eles nem são lá muito exigentes quanto à qualidade técnica do canto, o negócio é só cantar, mesmo.
Em seguida rumei pra Copacabana, neste último dia 31, e conheci algumas pessoas, revi inclusive um artista em formação que é apenas dois anos mais velho que meu primeiro neto. Em família chamam-no de Toca, ou Toquinha, suponho que desde sempre.
Vimos da multidão na praia a tradicional queima dos fogos, fui depois disso dormir onde tenho escova, toalha e chinelos e ao cair da tarde do primeiro dia deste ano visitamos esse jovem pianista. Havia apenas cinco almas presentes: ele, seus pais, a tia dele pelo lado materno e eu. Cinco almas pra quem boa música surte igualmente bons efeitos. Ouvi-lo mostrar tão descontraidamente seu variado repertório foi tão agradável, que pouco faltou pra nós todos esquecermos que o dia seguinte não seria feriado, não.
Hoje pra mim está sendo outro marco biográfico, meu filho mais novo acaba de completar dezoito anos. Daqui pra frente, já não tenho mais filhos menores. E viva a maioridade!
Se na área das finanças ele não for pra mim bem melhor do que foi o defunto fresco seu antecessor, tanto pior, a essa altura do campeonato, mas ainda assim o mundo garantidamente continuará com seus movimentos habituais de rotação e translação e todos os etcéteras que venham ao caso, com muita coisa boa ainda reservada, apesar do perigosamente provável desequilíbrio entre minhas colunas pessoais do deve e do haver. No entanto, até pra isso deve haver alguma saída.
O que agora contemplo com o maior otimismo é o que este ano promete representar pra meus castigados ouvidos. Sim, porque pelo visto será um ano musical, com bastantes instâncias de agrado pra eles.
Tive a oportunidade de finalmente conhecer meu neto Victor, filho de outro Victor, meu filho. Embalei-o e o pus a dormir cantarolando as mesmas velhas canções que também cantarolei pra outros bebês. Parece que os bebês realmente apreciam que se cante pra eles, mesmo que se tenha voz de barítono. Por sorte minha eles nem são lá muito exigentes quanto à qualidade técnica do canto, o negócio é só cantar, mesmo.
Em seguida rumei pra Copacabana, neste último dia 31, e conheci algumas pessoas, revi inclusive um artista em formação que é apenas dois anos mais velho que meu primeiro neto. Em família chamam-no de Toca, ou Toquinha, suponho que desde sempre.
Vimos da multidão na praia a tradicional queima dos fogos, fui depois disso dormir onde tenho escova, toalha e chinelos e ao cair da tarde do primeiro dia deste ano visitamos esse jovem pianista. Havia apenas cinco almas presentes: ele, seus pais, a tia dele pelo lado materno e eu. Cinco almas pra quem boa música surte igualmente bons efeitos. Ouvi-lo mostrar tão descontraidamente seu variado repertório foi tão agradável, que pouco faltou pra nós todos esquecermos que o dia seguinte não seria feriado, não.
Hoje pra mim está sendo outro marco biográfico, meu filho mais novo acaba de completar dezoito anos. Daqui pra frente, já não tenho mais filhos menores. E viva a maioridade!
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