segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Aquele Poema.
A professora Gerlane, da Bahia, tem um blog chamado Aquele Poema. Nele, autores e textos são apresentados. Os alunos trabalham de várias maneiras com este material, eles declamam e ilustram poemas por exemplo.
Ela me convidou a participar de seu interessante projeto educativo. Claro que aceitei. Para tanto, enviei-lhe alguns poemas e gravei um vídeo de acordo com o que combináramos, que pus no YouTube, em meu canal.
O vídeo foi enriquecido com música e legendas. O resultado foi este:
Como alguns amigos a quem enviei este vídeo não conseguiram ouvir bem, decidi transcrever na íntegra.
"Olá.
Estou aqui gravando este vídeo para participar, em atendimento ao gentil convite da professora Gerlane do projeto Aquele Poema.
Meu nome é João Esteves, eu sou tradutor-intérprete e nas horas vagas um versejador. Escrevo na internet e acho que literatura é uma arte muito bela. Gosto dos bons autores, dos clássicos de todos os tempos, inclusive tenho acesso a clássicos em várias línguas e é saboroso deleitar-me com bons versos. Tento produzir alguns próprios, vez por outra. Recomendo muito que quem gosta de escrever poesia se dedique a conhecer tratados de versificação, conhecer as regras, conhecer os gêneros, conhecer os bons poetas.
Vou participar aqui com um poema meu, que compartilharei. Esse eu compus baseado na vida real, num episódio de visita que eu tive quando meu filho tinha 11 anos e eu já não o via há mais ou menos um ano. Foi uma breve visita que me pegou de surpresa e assim que ele saiu, alguns minutos depois, me sobrevieram os seguintes versos:
REENCONTRO
Nada tiraria,
nada, nesse dia,
toda essa alegria
do meu coração:
Hoje eu vi João!
Hoje eu vi João!
Quero uma harmonia
rica de poesia
para qualquer dia
pôr numa canção
Já que vi João!
Já que vi João!
Fico embevecido
vendo-o tão crescido
vendo-o tão bonito
vendo-o um rapagão
Como vi João!
Como vi João!
Fez o meu retrato
muito bem, de fato
Eu fui retratado
a tocar violão
Por você, João!
Por você, João!
Talentoso é
pode, se quiser
no desenho ter
uma profissão
Se quiser, João!
Se quiser, João!
Logo, Joãozinho
com irmão e tio
segue seu caminho
volto à solidão
Mas eu vi João!
Mas eu vi João!
A felicidade
ganhou, de verdade
visibilidade
com explicação:
É que eu vi João!
É que eu vi João!
Cantar, bem queria
pudesse, o faria
a voz soltaria
todo afinação
Pra você, João!
Pra você! "
sábado, 29 de setembro de 2012
NAMA
Nama eu só tenho uma
e é do quanto dou conta
que a lua cheia desponta
e a saudade me verruma
Nama eu só tenho uma
já é o quanto me basta
à saudade que vergasta
meu peito não se acostuma
Nama é você, só uma
não tenho nem quero mais
prefiro te ter e em paz
do quê você se enciúma?
Nama, me queixo e reclamo
por ver menos que queria
cada noite e cada dia
nama e mulher: Te amo
e é do quanto dou conta
que a lua cheia desponta
e a saudade me verruma
Nama eu só tenho uma
já é o quanto me basta
à saudade que vergasta
meu peito não se acostuma
Nama é você, só uma
não tenho nem quero mais
prefiro te ter e em paz
do quê você se enciúma?
Nama, me queixo e reclamo
por ver menos que queria
cada noite e cada dia
nama e mulher: Te amo
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
TRINTA E UM DE AGOSTO
Invariavelmente, a cada trinta e um de agosto torno a evocar uma recordação das mais gratas de minha vida. Lembro-me perfeitamente de como me senti a trinta e um de agosto em 78. Eu estava muito, muito feliz. Sentia-me em grandiosa sintonia com o universo inteiro, por assim dizer. Por exemplo, todas as várias canções que por acaso ouvi tocar em todos os lugares onde estive ou por onde passei naquele dia eram canções de que eu realmente gostava, e foram muitas mesmo, o que nunca me acontecera antes nem nunca mais me aconteceu depois, não que eu me lembre assim tão vivamente. Entrei em tal estado de graça numa barbearia qualquer para um simples corte de cabelo e gostei muito do trabalho de corte, como nunca antes nem depois me lembro de ter gostado. E foi uma profusão de coisas simples assim a me dar gosto atrás de gosto, o dia inteiro.
Eu era um jovem universitário, dava umas aulas pra ganhar a vida, nada muito de mais. Estava casado, e o casamento (ainda) ia muito bem. Também, era casamento bastante jovem e o primeiro. Eu ganhava mal à beça com minhas aulas, mas elas eram boas, bem melhores que as ocasionais de hoje. Claro que então eu sabia muito menos do que agora, mas tinha era muito gás, energia e entusiasmo pra dar e vender. Isso é coisa já não tenho mais não é de hoje, acho que perdi definitivamente. Sequer espero recuperar. Tivesse permanecido naquele primeiro emprego docente e a lei de então não tivesse mudado, pelas minhas contas, teria entrado com um pedido de aposentadoria em 2002, ou seja, dez anos atrás. Pelas regras de agora, só farei isso em 2021. Desse ponto de vista, nada mudou a meu favor.
É, mas esse trinta e um de agosto tão especial a que agora, mais que uma idade de Cristo depois, me refiro foi um dia em que me senti muito feliz, muito de bem com a vida e até mesmo menos mortal. Senti-me desse jeito por um motivo que depois ainda se repetiu por meia dúzia de vezes, em diferentes épocas e circunstâncias, todas elas sempre muito emocionantes, mas nunca exatamente como nessa. Simplesmente, eu estava sendo pai pela primeira vez.
Vi minha filha bem antes do horário de visita no hospital onde ela nascera, com coisa de uns dez, quinze minutos de nascida. Invadi todos os recintos daquela maternidade, ignorando solenemente as várias advertências de “não pode entrar aí não”, até finalmente ver Juliana, através de quem também tive mais tarde inaugurada minha condição de avô em 2000, eu aos 44 anos. Coincidentemente, fui pai por primeira vez aos 22, mesma idade que tinha a própria Juliana quando deu meu primeiro netinho, o Pedro Henrique, à luz.
Pedro Henrique era e ainda é um amor de menino, inteligente e comunicativo que só ele. Lembro perfeitamente da primeira vez que o vi (foram bem poucas as vezes que o vi), ele ainda bebê de colo. Ao me ver, ele abriu um sorriso que enquanto viver tenho certeza que lembrarei. Então, aquele bebê portador de DNA meu dava um sorriso que dizia tudo sobre amizade (que logo traduzi e interpretei logo como “eu gostei muito de você, viu vovô?”), isso num momento em que ele ainda nem sabia falar. Não sabia mas com aquele sorriso falou e disse tudo e mais qualquer coisa. Veio ele em seguida ao meu colo e cadê que queria sair. Nem pro da tia-avó dele, nem pro da avó materna, nem pro de mais ninguém presente ali. Só aceitou mesmo sair do meu pro colo da mãe dele, e ainda assim com um pouquinho relutância, ainda. Juliana também teve depois Melissa, minha segunda neta.
No mencionado primeiro casamento, fui ainda pai de Danusa (que tem duas filhas, Olivia [minha terceira neta] e Violeta [minha quarta neta]) e depois de Brenda (mãe do Theo, meu sexto e por enquanto mais novo neto, dado à luz no dia seguinte ao do meu quinquagésimo sexto aniversário, no mês corrente).
“Três meninas do Brasil, três corações democratas, três modernas arquiteturas, três simpatias mulatas”. Versos do Fausto Nilo que parecem referir-se, pra mim, ao que foi meu primeiro casamento, com esta série feminina.
Anos depois, tive um outro casamento com prole. Desta vez, uma série masculina: Ernani(de 88), Victor(de 89, pai este ano de Victor, meu quinto neto) e Cícero, que completou vinte anos ontem [parabéns atrasados por aqui, filho] .
Num terceiro casamento ainda fui pai de meu caçula e homônimo, que desempatou minha descendência de primeira geração pro lado masculino.
Mas por que cargas d'água estou hoje remexendo nesse acervo de dados autobiográficos? E por que é que estou blogando aqui no Bonde tantas reminiscências e considerações?
Sei lá, me deu na veneta. Deve ser porque hoje ainda é trinta e um de agosto.
Só pode.
Postagens anteriores relacionadas
Juliana http://neo-orkuteiro-bondeandando.blogspot.com.br/2008/11/juliana.html
Danusa http://neo-orkuteiro-bondeandando.blogspot.com.br/2008/11/danusa.html
Brenda http://neo-orkuteiro-bondeandando.blogspot.com.br/2008/11/brenda.html
João http://neo-orkuteiro-bondeandando.blogspot.com.br/2009/06/reencontro.html
Eu era um jovem universitário, dava umas aulas pra ganhar a vida, nada muito de mais. Estava casado, e o casamento (ainda) ia muito bem. Também, era casamento bastante jovem e o primeiro. Eu ganhava mal à beça com minhas aulas, mas elas eram boas, bem melhores que as ocasionais de hoje. Claro que então eu sabia muito menos do que agora, mas tinha era muito gás, energia e entusiasmo pra dar e vender. Isso é coisa já não tenho mais não é de hoje, acho que perdi definitivamente. Sequer espero recuperar. Tivesse permanecido naquele primeiro emprego docente e a lei de então não tivesse mudado, pelas minhas contas, teria entrado com um pedido de aposentadoria em 2002, ou seja, dez anos atrás. Pelas regras de agora, só farei isso em 2021. Desse ponto de vista, nada mudou a meu favor.
É, mas esse trinta e um de agosto tão especial a que agora, mais que uma idade de Cristo depois, me refiro foi um dia em que me senti muito feliz, muito de bem com a vida e até mesmo menos mortal. Senti-me desse jeito por um motivo que depois ainda se repetiu por meia dúzia de vezes, em diferentes épocas e circunstâncias, todas elas sempre muito emocionantes, mas nunca exatamente como nessa. Simplesmente, eu estava sendo pai pela primeira vez.
Vi minha filha bem antes do horário de visita no hospital onde ela nascera, com coisa de uns dez, quinze minutos de nascida. Invadi todos os recintos daquela maternidade, ignorando solenemente as várias advertências de “não pode entrar aí não”, até finalmente ver Juliana, através de quem também tive mais tarde inaugurada minha condição de avô em 2000, eu aos 44 anos. Coincidentemente, fui pai por primeira vez aos 22, mesma idade que tinha a própria Juliana quando deu meu primeiro netinho, o Pedro Henrique, à luz.
Pedro Henrique era e ainda é um amor de menino, inteligente e comunicativo que só ele. Lembro perfeitamente da primeira vez que o vi (foram bem poucas as vezes que o vi), ele ainda bebê de colo. Ao me ver, ele abriu um sorriso que enquanto viver tenho certeza que lembrarei. Então, aquele bebê portador de DNA meu dava um sorriso que dizia tudo sobre amizade (que logo traduzi e interpretei logo como “eu gostei muito de você, viu vovô?”), isso num momento em que ele ainda nem sabia falar. Não sabia mas com aquele sorriso falou e disse tudo e mais qualquer coisa. Veio ele em seguida ao meu colo e cadê que queria sair. Nem pro da tia-avó dele, nem pro da avó materna, nem pro de mais ninguém presente ali. Só aceitou mesmo sair do meu pro colo da mãe dele, e ainda assim com um pouquinho relutância, ainda. Juliana também teve depois Melissa, minha segunda neta.
No mencionado primeiro casamento, fui ainda pai de Danusa (que tem duas filhas, Olivia [minha terceira neta] e Violeta [minha quarta neta]) e depois de Brenda (mãe do Theo, meu sexto e por enquanto mais novo neto, dado à luz no dia seguinte ao do meu quinquagésimo sexto aniversário, no mês corrente).
“Três meninas do Brasil, três corações democratas, três modernas arquiteturas, três simpatias mulatas”. Versos do Fausto Nilo que parecem referir-se, pra mim, ao que foi meu primeiro casamento, com esta série feminina.
Anos depois, tive um outro casamento com prole. Desta vez, uma série masculina: Ernani(de 88), Victor(de 89, pai este ano de Victor, meu quinto neto) e Cícero, que completou vinte anos ontem [parabéns atrasados por aqui, filho] .
Num terceiro casamento ainda fui pai de meu caçula e homônimo, que desempatou minha descendência de primeira geração pro lado masculino.
Mas por que cargas d'água estou hoje remexendo nesse acervo de dados autobiográficos? E por que é que estou blogando aqui no Bonde tantas reminiscências e considerações?
Sei lá, me deu na veneta. Deve ser porque hoje ainda é trinta e um de agosto.
Só pode.
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Brenda http://neo-orkuteiro-bondeandando.blogspot.com.br/2008/11/brenda.html
João http://neo-orkuteiro-bondeandando.blogspot.com.br/2009/06/reencontro.html
sábado, 18 de agosto de 2012
Curiosidades Calendariais
Sábado, 18 de agosto de 2012.
Acho interessante saber também que 18 de agosto de 1900, 1928, 1956 e 1984 também caíram necessariamente em sábados.
Isto porque a cada 28 anos reinicia-se um novo ciclo de calendários, idêntico em tudo ao anterior e ao seguinte.
Minha mnemônica pra saber em que dia da semana caiu (ou cairá) qualquer data baseia-se numa melodia, feita com os dias da semana transformados em notas, dó para domingo, ré para segunda e assim por diante até si para sábado.
Existe um padrão nos calendários, Se o ano começa no domingo e não é bissexto, os doze dias primeiros serão
dó fá fá; si ré sol; si mi lá; do fá lá
Muito fácil confirmar isso num calendário. Vemos por exemplo que janeiro começa no domingo(dó), então os domingos desse janeiro só podem ser 1, 8, 15, 22 e 29. Com 29 domingo, temos 30 segunda(ré) e 31 terça(mi). O intervalo fixo para janeiro que começa no domingo (dó) termina na terça (mi), para fevereiro será sempre uma quarta justa, neste caso um fá.
Fevereiro tem 28 dias em ano não bissexto. Se não tem nesse caso o dia 29 que também seria quarta (fá), então março é que vai ser um mês fá. Março fá tem dia 29 quarta (fá), 30 quinta (sol) e 31 sexta (lá), dando um abril si, maio ré, junho sol, julho si, agosto mi, setembro la, outubro do, novembro fá e dezembro lá.
Com esta base, preenchendo verticalmente as seis notas seguintes até completar a escala a cada mês, formaremos todas as sete possibilidades para calendários de anos não bissextos, assim:
dó fá fá si ré sol si mi lá dó fá lá
ré sol sol dó mi lá dó fá si ré sol si
mi lá lá ré fá si ré sol dó mi lá dó
fá si si mi sol dó mi lá ré fá si ré
sol dó dó fá lá ré fá si mi sol dó mi
lá ré ré sol si mi sol dó fá lá ré fá
si mi mi lá dó fá lá ré sol si mi sol
Nos anos bissextos, que em janeiro e fevereiro nada têm de diferente, março está em intervalo de segunda (e não nulo ou de oitava), já que fevereiro tem 29 dias.
Em todos os séculos, o ano terminado na dezena 04 sempre é bissexto, bem como os terminados todas as outras que são múltiplas de 4 (04, 08, 12, 16, 20... até 00).
Um ciclo completo de 28 anos fica então assim:
ano dó, ano ré, ano mi, ano fá/sol(bissexto);
ano lá, ano si, ano dó, ano ré/mi(bissexto);
ano fá, ano sol, ano lá, ano si/dó(bissexto);
ano ré, ano mi, ano fá, ano sol/lá(bissexto);
ano si, ano dó, ano ré, ano mi/fá(bissexto);
ano sol, ano lá, ano si, ano dó/ré(bissexto);
ano mi, ano fá, ano sol, ano lá/si(bissexto)
e tudo se repete.
Não é interessante?
Acho interessante saber também que 18 de agosto de 1900, 1928, 1956 e 1984 também caíram necessariamente em sábados.
Isto porque a cada 28 anos reinicia-se um novo ciclo de calendários, idêntico em tudo ao anterior e ao seguinte.
Minha mnemônica pra saber em que dia da semana caiu (ou cairá) qualquer data baseia-se numa melodia, feita com os dias da semana transformados em notas, dó para domingo, ré para segunda e assim por diante até si para sábado.
Existe um padrão nos calendários, Se o ano começa no domingo e não é bissexto, os doze dias primeiros serão
dó fá fá; si ré sol; si mi lá; do fá lá
Muito fácil confirmar isso num calendário. Vemos por exemplo que janeiro começa no domingo(dó), então os domingos desse janeiro só podem ser 1, 8, 15, 22 e 29. Com 29 domingo, temos 30 segunda(ré) e 31 terça(mi). O intervalo fixo para janeiro que começa no domingo (dó) termina na terça (mi), para fevereiro será sempre uma quarta justa, neste caso um fá.
Fevereiro tem 28 dias em ano não bissexto. Se não tem nesse caso o dia 29 que também seria quarta (fá), então março é que vai ser um mês fá. Março fá tem dia 29 quarta (fá), 30 quinta (sol) e 31 sexta (lá), dando um abril si, maio ré, junho sol, julho si, agosto mi, setembro la, outubro do, novembro fá e dezembro lá.
Com esta base, preenchendo verticalmente as seis notas seguintes até completar a escala a cada mês, formaremos todas as sete possibilidades para calendários de anos não bissextos, assim:
dó fá fá si ré sol si mi lá dó fá lá
ré sol sol dó mi lá dó fá si ré sol si
mi lá lá ré fá si ré sol dó mi lá dó
fá si si mi sol dó mi lá ré fá si ré
sol dó dó fá lá ré fá si mi sol dó mi
lá ré ré sol si mi sol dó fá lá ré fá
si mi mi lá dó fá lá ré sol si mi sol
Nos anos bissextos, que em janeiro e fevereiro nada têm de diferente, março está em intervalo de segunda (e não nulo ou de oitava), já que fevereiro tem 29 dias.
Em todos os séculos, o ano terminado na dezena 04 sempre é bissexto, bem como os terminados todas as outras que são múltiplas de 4 (04, 08, 12, 16, 20... até 00).
Um ciclo completo de 28 anos fica então assim:
ano dó, ano ré, ano mi, ano fá/sol(bissexto);
ano lá, ano si, ano dó, ano ré/mi(bissexto);
ano fá, ano sol, ano lá, ano si/dó(bissexto);
ano ré, ano mi, ano fá, ano sol/lá(bissexto);
ano si, ano dó, ano ré, ano mi/fá(bissexto);
ano sol, ano lá, ano si, ano dó/ré(bissexto);
ano mi, ano fá, ano sol, ano lá/si(bissexto)
e tudo se repete.
Não é interessante?
terça-feira, 1 de maio de 2012
Aniversário
Está fazendo quatro anos que esse nosso Bonde (inaugurado em maio de 2008) percorre seus trilhos. Bem ou mal, ele está Andando.
Até aqui, foram quarenta e uma postagens no total (o que dá um pouco abaixo de uma por mês, na média) distribuídas muito irregularmente entre os períodos de atividade mais ou menos intensa e os de completa paralisação.
Pelo número de visualizações de página, acredito que ele se ache mais ou menos a meio caminho entre um estrondoso sucesso da blogosfera e um blog completamente ignorado. Nada mal, em qualquer caso. E os assentos ocupados por passageiros regulares já chegam a 99. Ê!
Tem início agora, então, o quinto ano de Blogspot com este primogênito Bonde e seus três irmãos mais jovens, ("Lexicografia" [23 postagens, 52 seguidores], "Me and My English" [20 postagens, 10 seguidores] e "En Français Aussi, Pourquoi Pas?" [14 postagens, 18 seguidores]). É irregularidade pra valer, irregularidade ... pra ninguém botar defeito.
O total de visualizações a meu perfil ainda não atingiu a cifra alcançada pelo Veleidades, que mantive por nada mais que um ano no extinto Globo Online.
Inicialmente, fiz deste Bonde um arquivo pessoal para as coisas que espontaneamente vou escrevendo, conforme o momento. Pessoal mas também público. Basicamente, firmei um compromisso tácito de aqui publicar sempre textos, somente textos, nada mais que textos. Nada de fotos, nada de vídeos, nada de mais nada. Nem sequer uma apresentação mais sofisticada dos próprios textos, com uso de html, opções de fontes, cor, tamanho, movimento, emoticons, nada. Pura, purissimamente, uma amostra do que posso oferecer como leitura a estes passageiros a quem sou todo agradecimentos. Não se trata nem minimamente de objeção minha essas coisas. Na verdade eu as aprecio, e até bastante em determinados casos. Só que desde a primeira postagem, nunca tive a mínima preocupação de natureza 'decorativa' com este espaço. Optei por cuidar dele de outra maneira e acho que é só isso. O próprio nome do blog tem que ver com meu relativamente tardio ingresso na blogosfera.
No interagir com os prezados colegas blogueiros, fui criando ou adotando certos critérios para a própria blogagem. Nada de muito rígido. Por exemplo, se algum comentarista incia um diálogo aqui no blog, é também aqui que costumo responder. Via de regra, repito suas próprias palavras de despedida, quando é o caso. Abraço=abraço, beijo=beijo, e por aí vai. A leitura e a consequente interpretação ou as impressões de cada leitor sobre o que escrevo são invariavelmente enriquecedoras das minhas próprias, sempre agregam valor e são evidentemente muito bem vindas.
Muitas das pessoas que aqui chegam eu só conheço virtualmente. A estas, não faço uma ideia muito clara de que impressões pessoais transmito. O que suponho já ter deixado desde o início clara e inequívoca é minha pretensão de ser tão bom condutor e anfitrião quanto posso. O bonde merece.
Hoje dou virtualmente uma festa no Bonde
É chegada a parada pra comemorar
Ergo o brinde, e cem taças que estão nem sei onde
Batem cá um tim tim que começo a escutar
Quatro anos de estar ora longe ora perto
Ora aqui, ora aí, ora até de não estar
Quatro anos de braços, coração aberto
Quatro anos nos trilhos, sem descarrilar
Até aqui, foram quarenta e uma postagens no total (o que dá um pouco abaixo de uma por mês, na média) distribuídas muito irregularmente entre os períodos de atividade mais ou menos intensa e os de completa paralisação.
Pelo número de visualizações de página, acredito que ele se ache mais ou menos a meio caminho entre um estrondoso sucesso da blogosfera e um blog completamente ignorado. Nada mal, em qualquer caso. E os assentos ocupados por passageiros regulares já chegam a 99. Ê!
Tem início agora, então, o quinto ano de Blogspot com este primogênito Bonde e seus três irmãos mais jovens, ("Lexicografia" [23 postagens, 52 seguidores], "Me and My English" [20 postagens, 10 seguidores] e "En Français Aussi, Pourquoi Pas?" [14 postagens, 18 seguidores]). É irregularidade pra valer, irregularidade ... pra ninguém botar defeito.
O total de visualizações a meu perfil ainda não atingiu a cifra alcançada pelo Veleidades, que mantive por nada mais que um ano no extinto Globo Online.
Inicialmente, fiz deste Bonde um arquivo pessoal para as coisas que espontaneamente vou escrevendo, conforme o momento. Pessoal mas também público. Basicamente, firmei um compromisso tácito de aqui publicar sempre textos, somente textos, nada mais que textos. Nada de fotos, nada de vídeos, nada de mais nada. Nem sequer uma apresentação mais sofisticada dos próprios textos, com uso de html, opções de fontes, cor, tamanho, movimento, emoticons, nada. Pura, purissimamente, uma amostra do que posso oferecer como leitura a estes passageiros a quem sou todo agradecimentos. Não se trata nem minimamente de objeção minha essas coisas. Na verdade eu as aprecio, e até bastante em determinados casos. Só que desde a primeira postagem, nunca tive a mínima preocupação de natureza 'decorativa' com este espaço. Optei por cuidar dele de outra maneira e acho que é só isso. O próprio nome do blog tem que ver com meu relativamente tardio ingresso na blogosfera.
No interagir com os prezados colegas blogueiros, fui criando ou adotando certos critérios para a própria blogagem. Nada de muito rígido. Por exemplo, se algum comentarista incia um diálogo aqui no blog, é também aqui que costumo responder. Via de regra, repito suas próprias palavras de despedida, quando é o caso. Abraço=abraço, beijo=beijo, e por aí vai. A leitura e a consequente interpretação ou as impressões de cada leitor sobre o que escrevo são invariavelmente enriquecedoras das minhas próprias, sempre agregam valor e são evidentemente muito bem vindas.
Muitas das pessoas que aqui chegam eu só conheço virtualmente. A estas, não faço uma ideia muito clara de que impressões pessoais transmito. O que suponho já ter deixado desde o início clara e inequívoca é minha pretensão de ser tão bom condutor e anfitrião quanto posso. O bonde merece.
Hoje dou virtualmente uma festa no Bonde
É chegada a parada pra comemorar
Ergo o brinde, e cem taças que estão nem sei onde
Batem cá um tim tim que começo a escutar
Quatro anos de estar ora longe ora perto
Ora aqui, ora aí, ora até de não estar
Quatro anos de braços, coração aberto
Quatro anos nos trilhos, sem descarrilar
sexta-feira, 23 de março de 2012
Uma Homenagem Póstuma
Nosso Bonde começou a circular faz quase três anos. Nunca publiquei nada aqui que não fosse integralmente de minha autoria. Mas hoje abro mão deste princípio para inserir um monólogo do qual gosto muito. Lá vai:
MONÓLOGO MUNDO MODERNO
Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.
MONÓLOGO MUNDO MODERNO
Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.
Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.
Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.
Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.
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